

Bétula
Betula sp.
Árvore de folha caduca, pode atingir 30 m de altura; apresenta casca parcialmente branca, desprendendo-se em tiras com cicatrizes horizontais; os raminhos são bastante delicados, sendo os do ano densamente pubescentes (cobertos de pelos fracos e densos). As folhas são glabras e pecioladas; o limbo tem forma oval-romboidal com margens dentadas. Os amentilhos masculinos (abril-maio) são amarelo-alaranjados e compridos, os femininos são pedunculados e curtos. A inflorescência é cilíndrica e o fruto é alado acompanhado por brácteas trilobuladas. A sua folhagem atinge um tom amarelo dourado antes de cair. Pode viver entre 100 a 150 anos.
Em Portugal, é conhecida por vidoeiro, aparecendo sobretudo em zonas de altitude até 2000 m, nas margens de cursos de água e terrenos húmidos. É exigente em água e bastante resistente ao frio intenso. Prefere terrenos ácidos de subsolo fresco, tolerando também solos mais compactados e menos arejados. Forma bosques mais ou menos extensos, heliófitos, podendo apresentar também comportamento ripícola.
Uma decocção de casca de bétula, pode ser útil em problemas crónicos de pele como eczema ou psoríase.
A infusão com folhas secas tem uma ação diurética suave, mas eficaz na eliminação de toxinas através da urina, sem sobrecarregar os rins; benéfica nos casos de cálculos renais ou da bexiga e infeção das vias urinárias, problemas de reumatismo, gota, celulite e edemas.
Devido aos salicilatos existentes na casca, pode aplicar-se uma maceração da mesma, em compressas, para aliviar dores reumáticas. Quando aplicada externamente sobre as articulações, tem uma ação anti-inflamatória. É também sudorífica e antisséptica.
Da madeira e da casca obtém-se por destilação seca o pix betulina, usado topicamente no alívio e tratamento da psoríase e eczemas.
Na Suécia fabrica-se licor com a seiva e na Finlândia cristaliza-se a seiva no fabrico do xilitol (açúcar).
A madeira é leve, elástica e resistente ao choque, sendo, por isso, utilizada no fabrico de socas, esquis, vassouras, etc…
O seu nome vem da antiga palavra alemã bircha que significa branco luminoso. É uma árvore sagrada nos países nórdicos, iluminando as longas e escuras noites de Inverno com o seu tronco branco. As suas utilidades terapêuticas eram já conhecidas na Antiguidade clássica, mas foi só no século XII que Santa Hildegarda citou a ação cicatrizante das suas folhas.
Na Inglaterra rural acreditava-se que as varas de bétula enxotavam os demónios e era tradição no dia 31 de dezembro varrer-se o ano velho com uma vassoura de cabo de bétula.
No calendário celta o mês da bétula vai de 23 de dezembro a 21 de janeiro; representa a luz no mês mais escuro do ano e a esperança na renovação cíclica da natureza.
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Video Rota Botânica
Município de Castanheira de Pera
Bétula


