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Ginkgo

Ginkgo biloba

Árvore de folha caduca com um ou vários troncos alongados. As folhas têm forma de leque, com veios irradiantes, de cor verde-claro, mais escuras em árvores mais velhas; no outono transformam-se em amarelo-dourado. É resistente à seca, vento e neve e tem raízes profundas. Pode atingir 30 m de altura. As flores macho e fêmea desenvolvem-se em árvores distintas, sendo o macho o mais utilizado, pois os frutos da árvore fêmea exalam um aroma fétido muito desagradável. São de crescimento lento nos primeiros anos. Tolera quase todos os tipos de solo, desde que bem drenados, e prefere lugares soalheiros. Propaga-se facilmente a partir da semente.

A Ginkgo biloba é usada há milhares de anos pelos chineses para fins medicinais e em algumas cerimónias religiosas. Utilizam as sementes como um tónico “Yang” dos rins, estimulando a energia sexual e acalmando inflamações da bexiga. As sementes fervidas são também utilizadas como chá no tratamento de problemas pulmonares (ex: asma) devido à ação anti-inflamatória e antialérgica. O caroço da semente é considerado uma iguaria, com efeitos afrodisíacos, utilizada em casamentos e festas; uma overdose do fruto pode ser bastante tóxica.

No Ocidente, as partes mais estudadas e utilizadas são as folhas; tem sido estudada a relação entre o extrato de Ginkgo e a cura ou alívio de Alzheimer, tendo-se comprovado que melhora a irrigação sanguínea cerebral e o desempenho dos neurotransmissores. Melhora problemas circulatórios (arteriosclerose, circulação sanguínea das pernas e pés, etc.), previne o declínio das funções mentais e regula os batimentos cardíacos. Evita a formação de radicais livres responsáveis pelo envelhecimento das células e tem uma forte ação neuro-protetora. Produz energia devido ao aumento de absorção de glicose nas células e inibe a agregação de plaquetas.

Deve evitar-se a toma de extrato de Ginkgo em conjunto com aspirina ou varfarina, uma vez que aumenta a fluidez do sangue; não deve ser tomado por mulheres grávidas ou nos períodos pré ou pós-operatório, dado o risco de hemorragias. As cascas das sementes quando tocadas podem causar dermatite.

A Ginkgo biloba é originária da China, foi levada para o Japão no séc. XVII e depois para a Holanda; assume-se a existência de árvores com cerca de 3000 anos no Japão. Esta é a única espécie do seu género e única sobrevivente de um grupo de árvores desaparecidas há milhões de anos, sendo chamada, por isso, de “fóssil vivo”. Conhecem-se vários exemplares selvagens na montanha de Zhejiang (leste da China) quando se pensava já não existirem.  

São ideais para plantar em ruas e jardins públicos dada a sua resistência às tempestades, às pragas e poluição atmosférica, absorvendo o óxido de enxofre dos motores de combustão.

A Ginkgo biloba está na lista vermelha das plantas ameaçadas de extinção devido à ação humana. Foi dos poucos seres vivos que sobreviveram à bomba atómica de Hiroxima, Japão, tendo sido encontrados vários exemplares a 10 km do local da explosão.

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