

Sabugueiro
Sambucus nigra
O sabugueiro é ainda conhecido por candelheiro, sabugo, rosa-de-bem-fazer, entre outros.
Trata-se de um arbusto ou pequena árvore, de folha caduca, muito ramificado a partir da base, com copa densa e arredondada; atinge entre 3 a 10 m de altura. O tronco, de cor cinzento-acastanhada quando jovem, apresenta uma casca grossa e sulcos longitudinais quando mais velho. Os ramos leves e arqueados contêm uma medula esbranquiçada e esponjosa, que os torna quebradiços. As folhas são de cor verde-escura, opostas e compostas, com 5-9 folíolos lanceolados. A partir do mês de março apresenta grandes inflorescências de flores brancas e perfumadas agrupadas em corimbos, seguidas por grandes cachos planos de pequenas bagas negras sumarentas.
A madeira de sabugueiro é muito oca e quebradiça, sendo, por isso, fácil de talhar. Era usada no fabrico de caixões e cruzes para decorar sepulturas, mas jamais no fabrico de berços.
A utilização do sabugueiro para fins medicinais, culinários e cosméticos era já conhecida dos povos pré-históricos.
Para fins medicinais podem utilizar-se as flores, frescas ou secas, as bagas e as folhas; estas últimas com alguma toxicidade.
As flores fritas podem juntar-se a receitas de gelados e doces, quando aquecidas com o leite e depois coadas, sem deixar ferver.
As flores têm propriedades anti-inflamatórias e diaforéticas, muito úteis em infusões para reduzir a febre e aliviar a tosse, atendendo a que são ricas em óleos essenciais que contêm ácido linoleico e mucilagem, esteroides, flavonoides, rutina, açúcar e pectina. Os bioflavonoides ajudam a melhorar a circulação. A infusão das flores em vinagre pode ser utilizada em gargarejos contra dores de garganta e amigdalite, assim como para tratar conjuntivites e aftas (lavagem e compressas). Esta infusão estimula ainda a excreção de urina, eliminando toxinas do organismo; sendo também útil para a arterite, reumático e gota, assim como em casos de sinusite aguda.
As flores ajudam na conservação das maçãs, quando colocadas em camadas alternadas com estas e fechadas em caixa de cartão.
As bagas ou frutos que surgem entre junho e agosto são de um roxo escuro, quase preto: contêm açúcar, ácidos de fruta, vitaminas A e C e bioflavonoides. As suas propriedades são ligeiramente laxantes, mas também antidiarreicas. Podem ser utilizadas em xarope ou concentrado que ajuda a combater tosses e constipações. As bagas cruas, ainda não maduras, podem ser um pouco indigestas, devendo ser cozinhadas.
Existem inúmeras receitas com as flores e as bagas do sabugueiro. Uma das mais comuns, é um xarope confecionado com as flores frescas.
Em alguns pubs ingleses pode encontrar-se champanhe e vinho de flores de sabugueiro.
Em muitas aldeias é comum as crianças fazerem apitos de sabugueiro.
Na Europa, é comum encontrá-las perto dos povoados, pois acreditava-se que o sabugueiro atraía os espíritos do bem. Diz-se que nas noites quentes de Verão, estas são as árvores favoritas das fadas, devido talvez à grande luminosidade das suas flores.
No Norte da Europa, está associado à deusa Holda, deusa da morte e da fertilidade, e à sua volta praticam-se vários rituais de origem pagã.
Nalguns países, no dia de S. João, é tradição comer bolinhos fritos confecionados com as flores frescas do sabugueiro e mergulhados num polme de farinha, leite e ovo, para evitar a discórdia entre marido e mulher.
Aviso: Não confundir o sabugueiro (Sambucus nigra) com o ébulo (Sambucus ébulus), este último uma planta herbácea, alta, muito utilizada na tinturaria e as suas bagas são bastante tóxicas se ingeridas.
Video
Video Rota Botânica
Município de Castanheira de Pera
Sabugueiro


